A Câmara Municipal de Loures assinou, no dia 28 de Dezembro, protocolos de colaboração com as associações de bombeiros do concelho, caçadores, escuteiros e radioamadores. O objectivo é reforçar os laços de parceria e colaborar na protecção dos cidadãos e do território.
O documento assinado por Carlos Teixeira, Presidente da Câmara de Loures, e pelos responsáveis das corporações de Loures, Bucelas, Camarate, Fanhões, Moscavide e Portela, Sacavém e Zambujal, visa a criação e manutenção de Grupos de Intervenção Permanente (GIPE).
Cada uma das associações humanitárias recrutará para o seu corpo de bombeiros os elementos necessários à criação dos GIPE. Estes actuarão prioritariamente na sua área de intervenção no concelho de Loures, podendo em situações de reconhecida emergência, actuar nos concelhos vizinhos.
Constitui missão do GIPE a prevenção e o combate a incêndios, o socorro às populações em caso de emergência, como no caso de inundações e desabamentos, o socorro a náufragos e buscas subaquáticas, transporte de sinistrados e doentes, assim como a colaboração em outras actividades de protecção civil.
Nesse mesmo dia foi ainda assinado com todas as associações humanitárias um protocolo de apoio ao associativismo e voluntariado dos bombeiros, que pretende ser um instrumento de articulação e clarificação da atitude da Protecção Civil da Câmara de Loures face ao sector dos bombeiros, nos domínios das responsabilidades mútuas e da aproximação de interesses e necessidades.
Além dos bombeiros, também os escuteiros, através do Núcleo Moinhos de Vento, e a Associação de Caçadores de Loures assinaram protocolos de colaboração com a Câmara Municipal, tendo em vista a prevenção da ocorrência de fogos na área florestal do concelho.
O Corpo Nacional de Escutas apresentou um projecto para a prevenção de fogos florestais no Parque Municipal do Cabeço de Montachique. Aos escuteiros caberá a organização de turnos diários para vigilância daquela zona florestal do concelho. A Câmara de Loures compromete-se a disponibilizar dois telemóveis, permitindo assim uma rápida comunicação com o Serviço Municipal de Protecção Civil (SMPC), e ainda a atribuir um subsídio de 7,50 euros por turno e por elemento destacado.
Relativamente ao protocolo assinado com a Associação de Caçadores, o Município compromete-se a disponibilizar também, através do SMPC, dois telemóveis. À associação caberá comunicar todas as ocorrências detectadas na zona florestal e utilizar adequadamente o material cedido pela autarquia.
O protocolo de cooperação estendeu-se ainda à Brigada Autónoma de Resgate com Cães (BARC) e à Associação de Radioamadores da Vila de Moscavide (ARVM). Relativamente aos primeiros, o documento exprime a colaboração voluntária da equipa canina de busca e salvamento da BARC sempre que ocorram situações de acidente grave, catástrofe, ou desaparecimento de seres humanos na área territorial do município de Loures e que envolvam a necessidade de resgatar pessoas que se encontrem em perigo ou desaparecidas.
Já à ARVM cabe cooperar com o município em casos de emergência declarada e sempre que a sua acção for solicitada. Actuará de acordo com as necessidades operacionais requeridas pelo SMPC e deverá, pelas suas características, ter equipamentos de rádio, antenas e acessórios que permitam efectuar uma cobertura de todo o concelho. A Câmara de Loures compromete-se a atribuir, anualmente, um subsídio para a manutenção e aquisição de equipamento para a associação.
Presente na cerimónia esteve o Secretário-geral do Secretariado Permanente das Associações de Bombeiros do Concelho de Loures, Avelino Santos, que começou por referir que “este não é o protocolo desejável, mas perante a situação difícil e gravosa do país, é o protocolo possível”.
“Todos conhecemos as dificuldades por que passam as associações de bombeiros”, continuou Avelino Santos. “Esta problemática existe por falta de um sistema financeiro justo e regular, e por falta de reconhecimento da importância dos bombeiros na sociedade portuguesa. O Estado deixa às associações o ónus de quem tem de acudir no socorro e na emergência, mas também encargos perfeitamente incomportáveis. É tempo de dizer que está na altura de mudar as coisas. Mudar para que a vida, como bem mais importante, esteja sempre em primeiro lugar. Nunca viramos a cara às dificuldades mesmo nas situações mais adversas, mas não nos peçam mais porque é impossível salvar sem meios. A nossa escolha é, e será sempre, a vida humana”.
Carlos Teixeira reconheceu que “não foi fácil a discussão deste documento, mas também não foi difícil, porque acima de tudo imperou o bom senso e a razoabilidade”.
“Sabemos que as dificuldades são imensas, mas o Município tem uma palavra a dizer no apoio às suas corporações de bombeiros”, prosseguiu o autarca. “Somos das autarquias que mais apoiam os bombeiros, pois deste modo estamos também a proteger a nossa comunidade. Não podemos parar, temos uma missão a cumprir. A protecção civil somos todos nós. Todas as associações aqui presentes são nossas parceiras e temos de trabalhar em conjunto para que continuemos a obter os resultados positivos que se têm verificado ao longo dos últimos anos”.
A cerimónia contou ainda com as presenças dos vereadores Ricardo Lima e Sónia Paixão, do Presidente da Junta de Freguesia de Lousa, Nelson Batista, e do Coordenador do Serviço Municipal de Protecção Civil, António Baldo.
(Notícia publicada na página da Câmara Municipal de Loures – www.cm-loures.pt – em 30 de Dezembro de 2011)